News

8/21/2010 - Como eu faço setups, em poucas palavras. Por Luis Carlos.


Antes de mais nada, dou uma olhada na ficha técnica do carro para ver as suas especificações, principalmente a faixa de giros que fica entre o torque máximo e a potência máxima oferecidos pelo motor. Você obtém o desempenho ótimo do motor andando nessa faixa de giros.

Começo pelos pneus, sequências de 8 voltas até equiparar a pressão dos 4 pneus e tentar achar o equilíbrio entre as temperaturas internas, médias e externas, sendo que a pressão tem prioridade para mim, a temperatura fica em segundo plano, mas evidentemente a temperatura tem que estar sempre próxima da ideal.

Depois vou para a altura do carro em relação a pista. Depois de algumas voltas, analiso no Motec a altura e vejo se os amortecedores estão dando fim de curso ou não levanto uma extremidade, baixo outra, olho os amortecedores, até achar um equilíbrio entre altura e aproveitamento do curso dos amortecedores. A altura é determinante para um melhor aproveitamento do efeito solo, e deve ser sempre o mais baixo que a pista permitir.

A etapa seguinte são as molas, que deverão ser sempre o mais macio possível, desde que não dê fim de curso. Mexendo nas molas tem um efeito sobre altura e pneus e volta e meia tem que voltar e fazer ajuste fino nesses itens.

Finalmente os amortecedores. Eles são fundamentais para o equilíbrio do carro, e junto com as molas são determinantes nos trechos de baixa velocidade, onde o downforce não atua. Amortecedores e molas são responsáveis pelo grip mecânico, fundamental nas curvas onde a velocidade é inferior a 120 km/h.

Acho desnecessário falar sobre o acerto de freios, diferencial e asa. Em todo caso, escolho a asa em função do valor que deixe o giro do motor o mais próximo possível do giro máximo oferecido pelo motor nas suas especificações de potência máxima.

Não faço setups específicos para classificação ou hotlaps, e estou firmemente convencido que um bom setup de corridas é que produz um setup para classificação e não o contrário. Meu setup de classificação é o setup de corridas com um ponto a menos de asa, um ponto a mais de cambagem dianteira (mais negativo) e pouco combustível. E só, não fecho radiador ou faço qualquer mágica, pois sempre corri de Simbin e com o parâmetro Failures ligado (on) e acho que deveria ser assim em toda liga. Com esse parâmetro ligado você vai para a corrida com o mesmo motor do qualy. Se você detonar o motor no qualy, superaquecendo ele e excedendo o limite de giros, vai para a corrida com o motor já desgastado.

Nunca excedo o limite de giros, é improdutivo. Como você podem ver na ficha técnica do SunRed (Ficha_Tecnica.jpg), a sua potência máxima é a 6500 RPM. O limite de giros no setup está um pouco acima disso, para ser usado eventualmente em uma tentativa de ultrapassagem, a troca de marchas deverá ser feita a 6500 RPM.

Como todos sabem, nada supera o talento. De nada adianta gastar dias, horas no Motec afinando o acerto do carro se você não tem talento. Uma prova inconteste disso pode ser vista na foto "Mid-Ohio.jpg", onde o MotecAdd mostra que eu poderia virar 1.22.742 e no entanto estou muito longe disso. Entre outras coisas, meu tempo está alto porque não consigo uma boa frenagem, travo muito as rodas do lado direito do carro em 2 pontos cruciais do circuito, que estão destacados em vermelho na foto Mid-Ohio2.jpg.

Luis Carlos Dantas Matias

http://www.dee.ufcg.edu.br/~lcarlos


Formula V10